É tempo de Natal. Em tempos idos, quando chegava essa época, além de providenciar os presentes, era preocupação de alguns acrescer um singelo Cartão de Natal, com dizeres tradicionais de “Feliz Natal e Próspero Ano Novo”; ou um pouco mais criativos, mas todos com a intenção de mostrar o que sentíamos no momento e os desejos igualmente momentâneos de Paz, Amor. Luz, Esperança e Prosperidade.
Com intenção, é claro de receber o mesmo de volta, assim querer, imaginar, um Natal Feliz e um Ano Novo realmente próspero.
E as ilustrações dessas singelas missivas eram, quase sempre, as tradicionais figuras religiosas, tais como: Maria, José, o Menino Jesus o Presépio, Reis Magos, estrelas, anjos, em pinturas expressionistas ou nem tanto, mas sempre coloridas e envolventes.
Hoje já não vemos com frequência (praticamente nenhuma) os tais cartões de Natal de papel com seus respectivos envelopes. No máximo, uma ou outra papelaria ainda conta com esses recursos.
A internet já tomou conta de tudo. Basta uma simples consulta no Google, na Meta (IA) e outras plataformas para ter uma variedade enorme de opções e mensagens natalinas. E partir daí, basta enviar por e-mail, whatsapp, redes sociais etc.
Alguns (normalmente os que têm mais tempo) podem até criar os próprios cartões, as próprias mensagens e ilustrações. Aliás, pra quê perder tempo e paciência para buscar um local que ofereça os cartões tradicionais, se o computador, o tablete ou o celular já oferecem tal facilidade?
Em belos e criativos modelos, em todos tamanhos, sempre traziam uma ilustração que remetiam ao sentimento natalino, com espaço para quem ia oferecer escrever tudo o que desejava para quem ia receber. Às vezes era o único presente que poder-se-ia oferecer, diante das dificuldades econômicas, tempo ou opções.
Mas, voltando aos modelos tradicionais, eles ainda têm seus charmes, o seu toque de sentimentalismo. Escrever à caneta é muito mais interessante que digitar. Expor seus sentimentos em breves palavras, mesmo sob um modelo repetitivo é, de alguma forma, realmente, de expressar um sentimento.
Um hábito , por sinal, que já vem desde a primeira impressão do primeiro Cartão de Natal, em 1843, na Inglaterra.
Acho que é um hábito que não vai acabar tão cedo. Alguém lembrar de você, mesmo por obrigação, lhe enviar/dar um cartão, acrescido de um presente, uma flor, um poema, ou não, e desejando alvíssaras mil, ainda é uma ótima e conveniente ação de carinho, lembrança, respeito e emoção.
Texto: Evandro Lobo- Jornalista, Poeta e Escritor