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ESSA TAL ANSIEDADE

O título dessa crônica é o mesmo que usei na década de 80, quando ainda estava no histórico Jornal do Comércio, lá pelos anos 80, e hoje retomo o assunto com muita curiosidade. Isso porque a palavra “Ansiedade” foi eleita a Palavra do Ano de 2024 no Brasil, em pesquisa da CAUSE, Instituto de Pesquisa IDEIA e PiniOn.

Em sua nona edição, o termo ‘Ansiedade’ liderou com 22% das menções, seguido por ‘Resiliência’ (21%), ‘Inteligência Artificial’ (20%), ‘Incerteza’ (20%) e ‘Extremismo’ (4%). A escolha, segundo os pesquisadores, seguiu um processo em duas etapas: primeiro, um grupo de especialistas das áreas de comunicação e ciências sociais definiu cinco palavras que capturam as dinâmicas e preocupações de 2024.

Em seguida, essas palavras foram submetidas a uma pesquisa quantitativa com amostra representativa da população brasileira a partir de dados do Censo 2022 do IBGE e da PNAD Contínua de 2024, que consultou 1.538 brasileiros de todas as regiões do país.

“A palavra “Ansiedade” emergiu como um reflexo de um ano marcado por desafios globais e locais, como a emergência de saúde mental no período pós-pandemia, o impacto das mudanças climáticas, a seca severa np Anazonas, a queimadas frequentes, a crescente desigualdade e a rápida evolução tecnológica, que intensificaram a sensação de incerteza e pressão social”, explicam os pesquisadores.

Para reforçar essa análise, o Google Trends revela que o Brasil é o segundo país no mundo que mais busca informações sobre ansiedade na internet, ficando atrás apenas da Irlanda.

Fora uma razão geral, social, é preciso atentar para a “ansiedade” como um problema individual de saúde, aquele que acomete milhões de pessoas, e de uma forma silenciosa.

De acordo com a OMS, mais de 18 milhões de brasileiros sofrem com transtornos de ansiedade, ou seja, 9,3% da população. Mas, mais do que saber a dimensão qualitativa, é preciso saber dos sintomas e ficar atento aos filhos, à esposa, ao marido, aos parentes, aos colegas, aos enfim, ao que pessoas sentem que podem ser registros de ansiedade como patologia (diferente daquela ansiedade pela chegada de alguém, ou espera do resultado de um concurso, por exemplo).

A exemplo da depressão, outro mal cada vez mais visível mas ainda pouco compreendido, a ansiedade deve ser observada, compreendida, diagnosticada e imediatamente tratada.

E apesar de o Novo Ano (2025) não trazer boas expectativas, em função da renitente pressão do mercado, da inflação, das opiniões contrárias às políticas públicas em favor dos pobres em função das opções políticas, é possível manter um ensejo, uma ÂNSIA por um recomeço realmente MELHOR.

Texto: Evandro Lobo – Jornalista, Poeta e Escritor

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