Arnaldo Santos começou a carreira de locutor esportivo, em 1959, aos 20 anos de idade, transmitindo jogos de voleibol, basquetebol, e futebol de salão (também referido pelo acrônimo futsal), nos serviços de alto-falante, na quadra Francisco Guimarães, situada no Atlético Rio Negro Clube; o que levou a Luis Verçosa, então narrador de esporte da rádio Rio Mar, a indicá-lo ao Erasmo Linhares, diretor artístico da Rádio Rio Mar, para compor a equipe de esporte num período de aproximadamente três meses, vindo a ser convidado pelo chefe do departamento da Rádio Baré (Diários Associados), Luis Saraiva, para realizar um teste que acabou culminado com a sua contratação, iniciando assim uma carreira de locutor esportivo, fazendo oficialmente a primeira narração de um jogo em 1961, do Campeonato Amazonense, no Parque Amazonense, entre Fast e São Raimundo.
Atualmente pertence ao quadro de funcionários da Rádio Difusora do Amazonas. É um narrador eclético, que além da sua grande paixão, o futebol – já transmitiu Fórmula 1, Box, Voleibol, Basquetebol, Handebol, Futsal, Ginástica, provas de atletismo, não só a nível local, mas também nacional e internacional.
Na função de cronista esportivo, foi presidente da (ACLEA) Associação dos Cronistas e Locutores Esportivos do Amazonas, convite feito pelo governador Danilo Duarte de Matos Areosa, em 1968, para fazer parte do grupo executivo de construção do Estádio Vivaldo Lima, composto por: cel. Temisthocles Trigueiro, Flaviano Limongi, João Augusto Souto Loureiro, Hugo Silva Reis, Carlos Lins, Erisaldo Godôt.
No dia 16 de março de 1995, governo Amazonino Mendes foi nomeado subsecretário de Desportos da secretaria de Estado, Cultura e Deportos–Seduc, respondendo pela presidência da Fundação Vila Olímpica de Manaus, cuja primeira missão foi a recuperação do Estádio Vivaldo Lima.
O senhor das Copas
No dia 31 de maio de 1978, chegou à Mar Del Plata no avião da Cruzeiro, fretado pela Aero Lines Argentina, numa temperatura de 4 graus. Já no dia 1º de junho de 78, percorreu as ruas Buenos Aires, com o motorista Alberto, que não conhecia as ruas de Buenos Aires.
Uma das cabeças pensantes que trabalharam na elaboração do projeto amazonense para receber o mundial de 2014, Arnaldo guarda suas memórias de quatro Copas vividas como torcedor.
A narrativa descrita na agenda daquele incipiente torcedor acabou com final feliz. Era uma viagem de 400 quilômetros. O radialista correu contra o tempo para alcançar a abertura e quando percebeu que o motorista não iria deixá-lo a tempo em Buenos Aires, pegou um táxi e foi embora acompanhado de um amigo.
Arnaldo e o colega chegaram a tempo de ver a festa preparada pelos Argentinos. Eram cinco mil crianças construindo uma imagem bem diferente da realidade dos Hermanos, afogados pelo regime militar. Ele chorou bastante. Três tentativas
Nem foi ta grande a decepção pela eliminação da Seleção, depois da famosa e suspeita goleada argentina sobre o Peru, por 6 a 0. Era a primeira, era só empolgação.
Só que o sonho de ver o Brasil campeão ao vivo foi se tornando pesadelo. Em 82, a derrota para a Itália de para os franceses. Começou a pensar se o problema não era com ele. Foi tomando um espírito crítico e em 1986, no México, viveu a maior das decepções.
Castigado pelas seguidas derrotas, e cético quanto ao título de Lazaroni, Arnaldo não foi à Itália, em 1990.
Quatro anos depois, nos EUA, vingou-se dos fantasmas, viu o Brasil de Romário levantar o tetra e curou as feridas. Foi o maior prêmio da vida do cronista. Porque a final foi no dia 17 de julho no dia do seu aniversário. Em 2014 aquela conquista completará 20 anos. Irá viver essa emoção em Manaus.
Tristeza no Sarriá pela geração de 82 – Maior decepção foi o tetra quase certo que acabou não vindo na Espanha
De um lado Zico, Sócrates, Falcão e uma campanha irretocável. Do outro uma Itália desacreditada, em pé de guerra com a imprensa e que passou para a segunda fase com três empates. De quebra, a vantagem de jogar pela igualdade no marcador.
Selou o destino que Arnaldo Santos sentasse na linha da grande área, onde Valdir Péres sofreria o segundo e o terceiro gols da Azurra, obra de Paolo Rossi, numa das maiores tragédias que a Seleção já sofreu, só comparável à perda do título para o Uruguai, em 1950.
Naquela tarde de 5 de julho, os Italianos tiveram um desempenho surpreendente até mesmo para o mais fanático torcedor da Azzurra e com três gols de Paolo Rossi derrotaram o Brasil por 3 a 2 e foram para as semifinais contra a Polônia e depois a Itália foi tricampeã vencendo a Alemanha.
Depois do jogo uma história para guardar, Arnaldo, decepcionado com o fim melancólico dos Canarinhos, se livrou da camisa da Seleção no meio da rua de Barcelona.
Tirou a camisa e a entregou para um espanhol. O sujeito começou a beijar a camisa, emocionado, tamanha a paixão daquele povo por aquela Seleção. Chegou a frequentar um Cassino, ganhando 3.500 dólares sem saber nem o que era jogo.
O adeus ao Vivaldão
No dia 9 de março de 2010, Arnaldo Santos estava no centro do gramado do “Vivaldão”, em meio a convidados e autoridades, ouvindo o governador Eduardo Braga anunciar a ‘Arena da Amazônia’ para a Copa do Mundo de 2014, ao mesmo tempo o convite para testemunhar o primeiro ato chamado de desmobilização, com a retirada do placar eletrônico por um imenso guincho. Era o começo do fim! Trinta dias depois, Arnaldo foi até o último degrau da arquibancada do Sambódromo, ao lado do estádio, olhar a derrubada das paredes do “Vivaldão”. Bastante emocionado com a demolição do “Vivaldão” só resta a saudade de tantos e quantos momentos vividos no palco das grandes emoções pelo cronista esportivo, que viu o estádio nascer, os momentos de glória e desaparecer.
Jornalista e radialista Arnaldo dos Santos Andrade, tinha 86 anos. Ela era um ícone como comentarista esportivo do Amazonas e construiu uma longa e sólida carreira ao longo de pelo menos cinco décadas em vários veículos de comunicação, sendo ainda gestor público. Tinha 86 anos e tratava um câncer há algum tempo.
Fonte: Assessoria de comunicação
Foto: Divulgação