Estudo feito a partir de práticas ambientais adotadas nas obras pela Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE), do Governo do Amazonas, foi selecionado e incluído entre as publicações do VIII Workshop Internacional sobre Planejamento e Desenvolvimento Sustentável de Bacias Hidrográficas, realizado pela Universidade Federal de Goiás (UFG). O objeto de estudo é um sistema capaz de reduzir danos ambientais em obras de construção civil de pequeno porte.
O estudo foi inscrito no workshop, realizado em novembro de 2021, e publicado neste mês de janeiro. O evento envolveu pesquisadores nacionais e internacionais, comprometidos com a qualidade dos debates sobre a temática ambiental.
O sistema que deu destaque ao Amazonas faz parte das ações executadas pela UGPE, inserido no compromisso com as políticas de ESG (Environmental, Social and Governance). O conceito envolve o comprometimento das empresas com as práticas ambientais, sociais e de governança, conforme explica o coordenador executivo da UGPE, Marcellus Campêlo.
O projeto foi concebido para a obra de readequação dos espaços físicos da sede da UGPE. Consiste da coleta de águas residuais e decantação de partículas sólidas. O processo permite o tratamento, reaproveitamento e controle de água e dos resíduos gerados na lavagem das betoneiras.
De acordo com o estudo, assinado por Camila Fuziel, Samuelson Buzaglo e Orlando Freire Neto, profissionais que atuam em projetos da UGPE, e o empresário da construção civil, José Michiles Junior, as águas oriundas da lavagem de betoneiras contêm concentrações relevantes de sólidos. Logo, a ausência de controle e tratamento podem causar danos ao meio ambiente e à saúde pública.
Marcellus Campêlo destaca que, além de diminuir os possíveis impactos negativos causados ao meio ambiente, a técnica usada pela UGPE reduz também a quantidade de água potável consumida nos processos ligados à fabricação de argamassa no canteiro de obras.
Parte da água residual, após passar pelos processos prévios de tratamento ou decantação, é reutilizada para higienizar os equipamentos usados no canteiro, para auxiliar nas atividades relacionadas aos serviços de concretagem, lavagem de enxadas, pás, picaretas, dentre outros.
Segundo ele, o projeto atendeu às diretrizes do Sistema de Gestão Socioambiental do órgão, dentro do Plano de Controle de Obras. O plano é uma das salvaguardas do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) às obras do Programa Social e Ambiental de Manaus de Interior (Prosamin+), que acabou sendo adotado nos demais projetos desenvolvidos pelo órgão.
A utilização do sistema, conforme ressalta o estudo, é recomendada para que danos ambientais não sejam causados, bem como, poluição, contaminação e assoreamento de corpos hídricos, por meio da deposição de partículas sujeitas aos processos de sedimentação.
Ainda segundo o estudo, o sistema para coleta de águas residuais e decantação de partículas sólidas é relativamente simples para executar e adequar à realidade de obras de construção civil.
Fonte: Secom
Foto: Divulgação/UGPE