Quando a fome vira arma de guerra; quando crianças (de Gaza) acham melhor morrer
porque acreditam que no Paraíso não vão passar fome; quando a ganância, a petulância,
a empáfia, a violência deliberada só pra mostrar que mandam, vira moeda de poder,
fica difícil entender que não há mais nada a fazer.
Se não obedecer, não aceitar o que quero, alguém vai morrer, alguém vai sofrer,
vai perecer, e não apenas você.
O ser humano há muito deixou de ser humano.
Seres desumanos e suas desmesuras desumanas.
A humanidade está precisando mesmo de uma unidade.
Vivemos eternamente à mercê dos extremos.
Um genocídio físico, moral, social, intelectual diário.
Forças à direita e esquerda se digladiam e esquecem que no meio de tudo deve haver
algum meio de resolver, sem ninguém perecer principalmente quem não merece.
Não há necessidade de haver tanto padecer.
Os interesses particulares não deveriam se sobrepor à dor da maioria.
Mas parece difícil resolver essa eterna luta de classes.
Ricos querendo ser mais ricos à custa de pobres querendo deixar de serem pobres.
Acredito ainda que a Soberba precede a queda mas essa queda custa,
uma condição não tão fácil de acontecer nos dias de hoje.
Pessoas soberbas e medíocres ainda sobrevivem, apesar da oposições.
Às vezes a queda não vem e os soberbos estão por aí, fazendo vídeos,
ocupando as redes embalando fakes e hateres por todos lados.
Ignorantes também imperam e ocupam as mentes e plataformas feito praga.
A exploração da ignorância é o que move as relações de poder entre as nações.
Ninguém está imune à sanha das consequências insanas das mentes ainda mais insanas.
Joga-se mísseis, envia-se drones ao território dos outros como forma de pressão, imposição,
poder bélico, sem pensar que o artefato não vai atingir apenas os pretensos “alvos”.
E agora, a nova arma são as Taxas de Importação: medida impositiva e insana de demonstração
do poder criada pelos EUA, que é tão letal como um míssil, porque destrói aos poucos a economia,
as esperanças, o emprego, a paciência, a tolerância etc de vários países no mundo.
De repente descobriu-se que todo o planeta precisa dos Estas Unidos,
em grande ou pequena proporção é ele quem manda.
Até no sistema judicial, nas leis dos outros.
A Ele quem cabe dizer quem é bom ou ruim (na opinião dele, claro).
Mas, igualmente, é um tiro que pode atingir o próprio pé, o próprio país,
porque autossuficiência estadounidense não é tanta assim.
E tem outra coisa que se chama de SOBERANIA NACIONAL, que nenhum país abre mão,
muito menos o Brasil (frise-se).
No fim de tudo, literalmente, é ver a cada dia o fim da civilidade ou da noção que se tinha disso.
A empáfia do Trump, a arrogância do Putin, os conflitos africanos,
a resistência dos palestinos em resguardar seus escombros e não morrer por aquilo
que é mais que necessário: um prato de comida.
Ah, por falar em comida: será que os norteamericanos vão aguentar ficar sem ter hambúrguer
e suco de leite no café (?) da manhã por causa das taxações do Trump contra o Brasil?
Texto: Evandro Lobo – Escritor, Jornalista e Poeta