O Grupo de Trabalhos de Fornecedores Indiretos (GTFI) celebra 10 anos de conquistas e avanços no desenvolvimento de soluções práticas para aprimorar a rastreabilidade da cadeia de fornecedores indiretos na cadeia de suprimentos da carne bovina, oferecendo mais transparência e ampliando a competitividade da pecuária brasileira.
Ao longo dessa década, o GTFI fomentou diversas iniciativas importantes, desde a compreensão dos caminhos possíveis para realizar o monitoramento dos fornecedores indiretos, o desenvolvimento de ferramentas para a rastreabilidade, o estabelecimento de um plano de trabalho, que se iniciou com um protocolo de adesão voluntária, com monitoramento por lote e por zonas de risco e foco no Mato Grosso e Pará, até a criação das “Boas Práticas”, baseadas em quatro pontos chave, para auxiliar no cumprimento das exigências do mercado – investidores, consumidores, sociedade e importadores – e para o aprimoramento de programas de rastreabilidade já estabelecidos em empresas do setor.
“São dez anos de inovação, diálogo seguro, compartilhamento de informações e experiências e avanços, a partir da união entre diversos stakeholders, que se dispuseram a trazer suas ideias, motivação e desafios para resolvermos juntos. Esse fórum é um espaço seguro de cooperação para encontrar soluções para ampliar a rastreabilidade da cadeia de fornecedores indiretos da pecuária global”, afirmou Mauro Armelin, diretor executivo da Amigos da Terra – Amazônia Brasileira (AdT), durante o XII Encontro do GTFI, promovido nesta terça-feira (25/3), em São Paulo.
Ano passado, o GTFI criou um subgrupo de trabalho para o desenvolvimento de requisitos técnicos para rastreabilidade e monitoramento de indiretos, com o objetivo de construir regras unificadas que servirão de base para o monitoramento e rastreabilidade da cadeia de fornecedores indiretos na cadeia da carne no país.
“O documento, em elaboração, será fundamental para o setor, pois contribuirá para nortear os programas implantados pelos frigoríficos e as diretrizes de órgãos governamentais e de associações setoriais, incluindo bancos, investimentos e varejo, além de levar informações para fundamentar os acordos do Ministério Público Federal”, explicou Cintia Cavalcanti, analista do Programa de Cadeias Agropecuárias da AdT.
Baseado em quatro itens, o material trará requisitos para monitoramento de fornecedores indiretos de nível 1; uso do Guia do Trânsito Animal (GTA) e do Cadastro Ambiental Rural (CAR) para rastreabilidade de monitoramento; análise socioambiental a partir do “Boas Práticas”; e programa de reintegração de fornecedores da cadeia produtiva.
No evento, Sandra Catchpole, Leonel Almeida e Liege Correia, responsáveis pela área de sustentabilidade da Masterboi, Marfrig e JBS, respectivamente, apresentaram suas iniciativas para o monitoramento de fornecedores diretos e indiretos na cadeia. As empresas contam com plataformas que asseguram a conformidade dos seus fornecedores diretos e mostram quais são os fornecedores indiretos que fornecem aos diretos, porém com algumas limitações, por falta de transparência de dados nacionais sobre essas propriedades rurais.
O Ministério Público Federal foi representado pelo procurador do Pará, Ricardo Negrini, que tratou da importância, em algum momento, da inclusão dos fornecedores indiretos nos acordos estabelecidos entre os frigoríficos e o MPF. Em relação às auditorias feitas pelo MPF no estado, ele citou que no 6º ciclo foram identificados 38% das propriedades em conformidade, 27% com potencial de não conformidade e 35% sem identificação pelo CAR. A maior parte dos problemas está ligado ao desmatamento, seguido por áreas com embargo.
O evento contou também com a apresentação das iniciativas de rastreabilidade e protocolos socioambientais do Brasil feita por Fernando Sampaio, diretor de Sustentabilidade da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC).
Fonte: Assessoria de Imprensa
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