Mais de 150 milhões de brasileiros voltam às urnas nesse domingo para escolher mais de 27 mil e 300 (segundo recente estimativa do TSE) candidatos a deputado federal e estadual, senador, governador e o presidente da República. Poderia ser mais uma movimentação democrática, típica do momento, com candidatos de todos os tipos, gêneros, idades e intenções disputando a oportunidade de “poder” interferir ou permanecer interferindo para melhorar ou gerir o futuro do país; e de quebra, ganhando bem e trabalhando pouco nos próximos quatro anos, mas, fazer o que, isso é democracia.
Poderia ser simples assim. Como sempre ocorreu, com as disputas, os embates comuns dessas circunstâncias. As acusações, os escândalos e veleidades de sempre, abertas ou veladas, coletivas ou particulares. Poderia. Mas esse pleito vem com uma dose de tensão maior. Mais especificamente na disputa pela Presidência, que mais uma vez vai polarizar as opiniões, apesar de a gente contar este ano com uma grande variedade de candidatos, qualificados ou não. De qualquer forma, bem variada, que permite uma escolha maior. Isso é democracia.
E para aumentar ainda mais o clima tenso o presidente Jair Bolsonaro, que tenta a reeleição, questiona desde agora o resultado (possivelmente desfavorável a ele segundo as pesquisas), a integridade das urnas eletrônicas, o TSE, a validade das pesquisas e uma série de outras coisas contra o estado democrático de direito, que por sinal foram os principais responsáveis pela eleição dele e de todos os filhos. Por que só agora “viu” tais defeitos ? Sem contar a ameaça de golpear, questionar os resultados caso eles não o apontem ele como vencedor. Isso não é democracia. Mas para piorar é a horda de seguidores que acompanham os absurdos, ideias e ideais golpistas do Presidente, o que torna a circunstância ainda mais beligerante. Brigas, ataques, mortes entre petistas e bolsonaristas são esperados. Sejam quais forem os resultados.
Enfim, definitivamente não serão eleições tranquilas, e o clima tenso, de arruaças, trapaças e ameaças, há de permanecer até o momento do novo Presidente assumir o cargo. Ou senão até depois mais. _É preciso então ficar atento e forte, não devemos temer a morte …_, como entoava Gal. E eu acrescento e vos digo: _A ferro, fogo e logro, e até em nome de Deus eles pensam, a todo momento, mudar as regras do jogo. Mas esquecem que quem mexe as peças é o POVO_. Voto não tem volta, ainda que te cause revolta.
Texto: Evandro Lobo – Jornalista e Poeta