”Crônicas da vida, das artes e de tudo que pulsa em nós, em toda parte”
Junho é o mês dos folguedos.

O mais animado dos meses.

Às vezes até o mais esperado do ano, mais até que o Natal.

Não se ganha nem se dá presentes, mas é um mês harmonioso, envolvente.

De uma forma ou de outra, há um clima de festa em todos os cantos.

Forró, comidas típicas, enfeites coloridos e mesmo sem as fogueiras naturais, agora não mais permitidas, é um mês literalmente quente (coincidente por sinal com o início do verão amazônico).

E não apenas a temperatura, mas também as heranças nordestinas fizeram com que os amazonenses assimilassem naturalmente esse clima.

É claro que sem a pujança de festas como ocorrem em João Pessoa, Campina Grande, Caruaru, para citar algumas celebrações que já se tornaram atrativos turísticos, econômicos e culturais.

Aqui o nosso “ápice junino” é o Festival de Parintins.

Na verdade não é exatamente um Festival, e sim um espetáculo grandioso que os bumbás Garantido e Caprichoso proporcionam no fim do mês na Ilha Tupinambarana, pra todo mundo vê.

Mas essa euforia toda, a exemplo do Carnaval, foi abafada ou teve outra conotação por causa da pandemia.

O risco da contaminação suspendeu boa parte das festas que tiveram de se adaptar a lives não muito condizentes.

Ou “atraentes” para alguns. Nem por isso fez junho deixar de ser um mês agitado, principalmente aqui em Manaus, quando a vacinação contra a Covid 19 começou a atingir as faixas etárias abaixo dos 50.

Só num fim de semana, um mutirão vacinou mais de 140 mil pessoas.

A luta pela imunização se transformou assim também numa celebração junina importante.

Esquentou os ânimos, aumentou as esperanças por todos os lados, sejam negacionistas ou não, de que esse mal vai enfim ser eliminado.

Junho, portanto, apesar de todas as restrições, não deixou de ser uma festa, um grito, um canto de resistência, em todos nós, contra a ignorância e em favor da vida e da Ciência.

Texto: Evandro Lobo/ Jornalista e Poeta.