Manaus/AM – A cepa P.1 que surgiu no Amazonas e deu origem a segunda onda da pandemia no país, está sofrendo novas mutações e já criou ao menos três novos vírus que estão preocupando especialistas e pesquisadores.
Isso porque há a possibilidade de que eles possam furar a imunidade natural do corpo após a infecção quanto também a oferecida pelas vacinas e possam ser ainda mais transmissíveis que a P.1 (chamada hoje de variante Gamma).
Os pesquisadore também constataram que essas linhagens estão se disseminando entre a população do Amazonas:
“Nossa hipótese é que a transmissão contínua da variante Gamma na população amazônica com altos níveis de imunidade adquirida tanto da infecção natural por SARS-CoV-2 quanto da vacinação pode selecionar para a segunda geração de variantes P.1 que são mais resistentes à neutralização do que os vírus originais”, diz um trecho do estudo que foi publicado site Virological, que é um fórum de discussão internacional entre pesquisadores na área de virologia.
O estudo conta com a participação de 23 pesquisadores internacionais que pertencem a quatro instituições distintas. Eles detalham que as sublinhagens foram classificadas como “P.1 + 141-144AM”, “P.1 + N679KAM” e “P.1 + P681HAM”.
Das três existe uma que tem características bastante semelhante a cepa indiana que dizimou parte da população daquele país: “A mutação P681H já tinha sido vista em outras amostras em São Paulo e Goiás, mas esse aumento visto no Amazonas é que chamou a atenção”.explica o pesquisador da Fiocruz, Felipe Naveca.
Para os cientistas, o comportamento do vírus é muito imprevisível e por isso é necessário estar atento às mudanças. Por isso, eles se debruçam sobre o estudo das linhagens para descobrir qual o potencial de cada uma e as ameaças reais que cada uma representa.
O que eles tem certeza até o momento é que no caso das linhagens 679 e 681, há registros da circulação em massa delas desde a segunda quinzena de maio deste ano.
As amostras colhidas de pessoas infectadas, mostram que o novo tipo de coronavírus é o responsável pela maioria dos casos recentes da doença no Amazonas.
Fonte: PWM/ Portal Web Manaus
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