“O teu Deus, onde está?” (Salmos 42.3).
Muitos de nós já tivemos que lidar com a importunação e opressão de muitas pessoas a nossa volta com essa pergunta tendenciosa. Não raro, muitas dessas pessoas com essas atitudes de insultos até mesmo fazem parte do nosso vínculo familiar, de nossas amizades, infelizmente. Quando estamos enfrentando uma perda, um luto, uma enfermidade, o desemprego, uma crise conjugal, uma crise pastoral, uma crise financeira, uma depressão etc., tem sido muito comum pessoas, tomadas pela presunção, se aproveitarem a nos questionar onde está Deus que nesses momentos difíceis parece ter nos abandonado. A despeito disso, concordo com o pastor Hernandes Dias Lopes quando escreveu: “Essas pessoas esquecem-se de que Deus nunca nos prometeu ausência de luta, mas vitória no meio das lutas. Nunca nos prometeu ausência de aflição, mas companhia no meio do vale. Nunca nos prometeu caminhada fácil, mas chegada segura. Nunca nos prometeu ausência de cruz, mas garantia da coroa!”.
Certamente o dia da provação chega e não se explica, mas, se aceita. Jó não obteve respostas da razão do seu sofrimento – embora conhecesse a Deus -, mas, ele viu a Deus e isso foi suficiente, ele compreendeu que Deus estava agindo para o bem dele e não contra ele. De semelhante modo, Davi teve que lidar com os insultos dos seus inimigos quando lhe perguntaram: “O teu Deus, onde está?” (Salmos 42.3). Davi se sentia quebrado no seu coração. Também nos sentimos esmagados na alma quando sofremos os insultos das pessoas. Porém, como Davi devemos confiar e esperar no Senhor, pois Ele cuida amorosamente de nós, e não será o fim, ainda O louvaremos. (Salmos 42.10,11).
No entanto, estamos sempre na tentativa de buscar respostas as nossas adversidades. C. S. Lewis, um dos maiores apologistas e intelectuais cristãos do século XX, afirmou que diante da presença de Deus todas as respostas desaparecem, porque Deus é a resposta. De fato, melhor que obter respostas, é ter o Senhor conosco. Jesus não veio trazer respostas para os males do mundo, mas ser a resposta para o mundo.
Diante dos insultos das nações ímpias, o salmista indaga: “Por que diriam as nações: ‘Onde está o Deus deles?’” (Salmos 115.2). Convicto, porém, o salmista declarou: “No céu está o nosso Deus e tudo faz como lhe agrada” (Salmos 115.3). Certamente, Deus está no seu trono de Glória, Majestade e Poder. Ele reina sobre tudo e sobre todos. Deus é soberano – o que não significa, porém, que Ele criou o mal ou o pecado. O mal e o pecado entraram no mundo por causa da desobediência do homem. Deus está governando. Nada absolutamente O pega de surpresa. Seu trono não se abala, seu trono está e sempre esteve intacto. Os ídolos dos homens são insignificantes, não tem vida e poder.
É importante também notar, que o salmista nos mostra no texto em apreço que Deus é um ser pessoal e que deseja que cultivemos uma relação de amor e serviço a Ele. Isso significa que Deus está conosco nos momentos mais difíceis da nossa vida. Podemos, portanto, em Cristo nos aproximar com ousadia e humildade do trono da graça, para que encontremos auxílio em tempo oportuno. Deus é o Rei dos reis e Senhor dos senhores, Ele é o Todo Poderoso, mas habita com a pessoa que possui um coração quebrantado e humilhado, voltado para Ele.
Finalmente, o crente não busca satisfação pessoal na sua comunhão com Deus, mas possui o verdadeiro compromisso em louvar a Deus e zelar pela glória Dele. O cristão verdadeiro teme e confia no Senhor, ele sabe e têm experienciado que Deus não se esquece dos Seus e os abençoa grande e ricamente. Como cristãos que amamos a Deus sabemos que Nele temos crido e temos a forte e profunda convicção que “Os céus são os céus do SENHOR, mas a terra, deu-a ele aos filhos dos homens”. (Salmos 115.16)
Declaremos, firmemente e com muito louvor como o salmista: “Nós, porém, bendiremos o SENHOR, desde agora e para sempre. Aleluia!” (Salmos 115.18)
Texto: Ediney Reis/ Escritor