Viver de verdade
E a verdade de viver
De verdade.
Não há como negar: a verdade dos nossos dias está ligada ao celular.
Essa é a verdade.
Triste realidade.
Esse aparelho nos tornou dependentes e nada mais existe senão em torno ou por ele, para o bem ou para o mal, do começou até o final.
A Humanidade se perdeu, procura hoje o rumo por meio de toques, vídeos, mensagens, informações que a deixa sem ação, completamente dependente.
E desde os mais novos aos mais velhos, o aparelho domina, mentes e corações que “navegam” interminável e incansavelmente por esse mundo digital.
Quando o telefone surgiu, veio como a revolução das comunicações. Graham Bell (o inventor oficial, embora existam controvérsias) jamais imaginaria que sua invenção, aliada a internet, tomaria a dimensão desproporcional de hoje.
Tudo se faz com e pelo celular: troca-se mensagens, fotos, vídeos, informações sérias ou nem tanto assim; paga-se contas, faz-se vídeoconferências etc, etc. Aliás, hoje, o que menos se faz com um telefone celular é justamente telefonar.
Já se chegou ao ponto de, num encontro familiar, todos (indistintamente todos) estarem com um celular a mão na hora do jantar, por exemplo.
Os diálogos já se perderam no emaranhado das mensagens de texto e gravações de áudio.
Um absurdo.
É claro que não se pode creditar apenas fatores negativos a esse apego ao aparelho. Na pandemia, por exemplo, foi um aliado importante para aqueles que precisaram ficar em casa, e numa situação de emergência, um celular sempre ajuda.
Sem contar que, para alguns, o celular se tornou até um amigo e companheiro de todas as horas.
Mas, como tudo na vida, é o uso exagerado que prejudica, vicia, mata ou engorda.
Até a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) emitiu recentemente uma recomendação mundial sobre o uso dos celulares na escola para que se proíba o uso de smartphones nas salas de aulas.
Embora abra exceção para o caso de consultas escolares (uma vez que nem todas as escolas dispõem de computadores ou tablets – que não deixam).
Sem contar que essa prática delituosa de usar celular dentro da sala, durante as aulas, é antiga e só agora a Unesco está fazendo a “recomendação”. Caiu em si sobre os “efeitos negativos do uso das ferramentas no aprendizado”.
Estudos médicos já mostraram que o uso exagerado do celular pode até afetar a visão dos usuários e causar dependência.
A discussão é longa mas a conclusão é só uma: é preciso disciplina e equilíbrio no uso do celular.
E a recomendação vale desde as crianças aos adultos e chega até aos idosos que também já se rendem à sedução de ficar horas esquecidas nos zaps e tick-toks da vida. E esquecem de viver de verdade.
Texto: Evandro Lobo – Jornalista e Poeta