Você está visualizando atualmente Voz que clama no deserto

Voz que clama no deserto

O evangelho segundo escreveu Lucas nos diz: “No décimo quinto ano do reinado de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos governador da Judéia, Herodes tetrarca da Galiléia, seu irmão Filipe tetrarca da região da Ituréia e Traconites, e Lisânias tetrarca da Abilene, sendo sumos sacerdotes Anás e Caifás, veio a palavra de Deus a João, filho de Zacarias, no deserto”. (Lc 3:1,2)

João Batista foi considerado por Jesus como o maior homem do mundo. O profeta era conhecido por uma vida considerada estranha ao status quo de seu tempo. Não morava nos palácios dos políticos, mas viveu maior parte da sua vida com Deus no deserto. Não usava trajes finos dos mais abastados, mas se vestia de pele de animais. Não se sentava à mesa para fartar-se dos manjares das cortes dos reis, mas comia gafanhoto e mel silvestre. Não possuía os melhores calçados da época, mas andava descalço pelo deserto.

Certamente, o seu estilo de vida era de causar assombro, zombaria e perplexidade, pois, incomodava a indiferença da sociedade política, confrontava a ortodoxia morta da religião e protestava a corrupção moral e política. João Batista não vivia nos moldes do seu tempo, ele era possuído por uma Verdade.

Ele era uma voz profética. Seu compromisso era com a verdade. Ele era um ministério profético. Sua vida foi formada no deserto, em secreto com o Eterno.

Essa voz que clamava no deserto abalou as estruturas da doutrina morta da religiosidade, proclamando o Reino de Deus. Em um tempo marcado pela sede de poder, intrigas por títulos, conveniência pessoal e a busca pelo reconhecimento de realizações, João Batista recebe a palavra profética no deserto.

Dessa vez a Palavra de Deus que se silenciara como juízo divino por quatrocentos anos, não ecoou nos recônditos dos palácios, mas no deserto. A palavra profética não veio primeiro aos religiosos e políticos, antes ao profeta João. É inquestionável a necessidade da visão profética na terra, ainda mais nos tempos da Nova Aliança. Se faz necessário o desenvolvimento e a promoção do ministério profético.

Carecemos como igreja de Deus, dos profetas, pois a igreja está edificada sobre o fundamento dos profetas, sendo Jesus, a Pedra principal (cf Ef 2:20). Os profetas ouvem a Palavra do Senhor e proclamam essa Palavra, discernem o seu tempo e auxiliam o povo de Deus a compreender a vontade do Senhor. Ademais, a igreja é chamada para ser voz profética neste mundo, proclamando o Reino de Deus entre os homens, anunciando a vontade do Senhor.

Somos chamados para romper com o silêncio divino para que se faça ouvir entre as pessoas a Palavra do Senhor. Como voz profética nosso ministério é “endireitar os caminhos tortuosos e preparar o caminho do Senhor”. Somos chamados para lutar contra a omissão, contra o discurso do relativismo moral/cultural, contra a ortodoxia morta da religião, proclamando a verdade do Evangelho em amor. Jesus, o maior de todos os profetas pregava o Reino de Deus em verdade e amor. Apenas quem anuncia a verdade é de fato quem ama. Quem ama não folga com a injustiça, mas se alegra com a verdade.

Dessa forma, João estava preparando o caminho do Senhor, a chegada do Messias. João Batista pregava o arrependimento e a fé. O arrependimento é o caminho do Reino. O arrependimento sempre será o caminho que antecede o avivamento.

Portanto, sejamos vozes proféticas nesta terra, proclamando o Reino de Deus, expressando o senhorio de Jesus Cristo. Como profetas não negociamos a verdade absoluta da Palavra de Deus. Como profetas fomos chamados para queimar de paixão por Deus e pelas Escrituras.

Texto: Ediney Reis – Pastor, Escritor e

Deixe um comentário