Não tinha como deixar de lado as discussões sobre a “guerra” em Israel e Faixa de Gaza, detonada (?) novamente (embora nunca tenha cessado) a partir do ataque surpresa do grupo terrorista palestino Hammas.
É claro que Israel revidou, com todo apoio da comunidade internacional, e toda força brutal que uma guerra carrega bem típica dessa relação, bem típica de Israel; é claro que vem mais embate por aí; e é claro que mais e mais milhares feridos e mortos dos dois lados vão surgir, e mães, pais e filhos vão chorar seus familiares e parentes abatidos e um sem-número irão fugir à procura de um local “tranquilo”.
Esse embate secular entre palestinos e israelenses parece não ter fim.
Só deve acabar, quem sabe, quando não houver mais olhos nem dentes para revidar, nem outras faces a bater não só lá, mas também em qualquer outro lugar, pois, haverá, como existe agora, sempre alguém que defenda um dos lados, com seus respectivos argumentos.
As guerras não tem fundamento algum.
Não procure, se não vai entrar em guerra também até contra o próprio pensamento.
O poder da força de quem quer o poder não tem noção do poder da força que tem.
Quem com ferro fere sempre vai querer com o ferro ferir.
Estopins são fáceis de acender, mas difíceis de apagar.
E quando a mídia volta seus olhos para as guerras do Oriente esquece outras tão ou mais letais e muito mais inconsequentes.
Não esqueçamos aquela entre Ucrânia e Rússia, que também está longe de ter um fim, ou uma finalidade;
aquela entre milicianos/traficantes/polícia no Rio de Janeiro, cujas balas sempre encontram infelizmente outros destinos que não os próprios; não esqueçamos da guerra das mulheres contra homens agressores, que provocam mortes igualmente assustadoras (das mulheres, claro);
não esqueçamos os “embates” verbais e virtuais que ocorrem nas redes sociais, velados mas sempre litigiosos entre hateres, faceres, twiteres etc, etc;
não esqueçamos, enfim, que vivemos em guerra contra nós mesmos, todos os dias, quando tentamos não nos envolver nessas batalhas que sempre exigem uma posição uma opinião (in) parcial.
Toda guerra em si é ridícula, sem sentido para quem está fora dela.
Quem está dentro acha que existe uma finalidade pra eliminar o opositor, embora não saiba quando nem como terminar.
Querer um mundo tranquilo, em harmonia, é utopia latente.
Só na mente da gente.
Será ?
Nisso tudo, às vezes me volta ao dilema (ou seria mais uma batalha interna):
em não querer tudo saber, nem poder saber de tudo, para não enlouquecer.
Texto: Evandro Lobo – Jornalista e Poeta